André Lucas
Em teu ventre teceu-se as linhas da ponta dos meus dedos, linhas isóbaras que desnivelam-se em amostras do meu tempo. Por essas linhas coladas na carne e no cerne do envelhecimento, não lembro dos toques que originaram os contornos — labirintos circulares que centram os resquícios dos movimentos. O resto é peripécia da gênese feito raízes da primeira árvore. Pelas linhas me cabe uma denúncia para mapearem minha autoria em cada crime: flores desfolhadas, abraços sem braços e um coração laureado a roxo.