Poemas de Flores de cinza

Edouard Gelhay, "A carta"
Museu de Belas-Artes de La Rochelle

Dora Gago

Ausência

Dançam cinzas solenes
silvando sopros de saudade,
céus
soletrados
no sangue
da solidão.



Resistência

Bailarinos incertos 
Deste tempo servil
Engolimos a música
No suor de cada melodia
enlaçados
Além da morte e da verdade.



destino

Na louca corrida
do galgo abandonado
solitário de existir,

lamber as feridas da morte
na pele do poema.



Oriente

Falar-te de palha de arroz, 
De arranha-céus e néons,
Do bulício de gentes e flores,
De templos, cheiros, incenso
E duma solidão a cortar
Mais que todos os punhais
Será tudo e tão pouco.

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Poem / Poema

Um poema da Coletânea floral de Selma Merbaum traduzido por Danielle Naves de Oliveira

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