A égua de Darwin

Lucas Maciel

Santiago provou ter sido traído por meio de uma longa e meditada narrativa. Charles Bovary soube da infidelidade da esposa apenas por algumas cartas. Eu, de mim, jamais cheguei à conclusão de que minha esposa tivesse me traído, nem nunca me chegou prova alguma às mãos. É por isso que continuo casado. Não se pode desfazer um casamento à toa. “O que Deus uniu, não separe o homem”, diz a Igreja Católica. Ademais, trata-se de toda uma vida compartilhada, com dias festivos e dias ruins, contas conjuntas, separação de bens… Casar-se é a coisa mais fácil do mundo. Separar-se no entanto…

Quando conheci minha esposa, Vera, ela tinha 18 anos. Foi na choperia aqui da cidade, onde, todas as sextas-feiras à noite, davam-se festas. Ela estava acompanhada pelos amigos do curso de enfermagem e eu por dois rapazes de administração. Aproximamo-nos por acaso, trocamos algumas palavras, dançamos juntos duas ou três músicas e selamos tudo com um longo e voluptuoso beijo. Ao fim da festa, nos despedimos à saída e ela anotou o número do celular na palma da minha mão. Daí a dias, trocamos mensagens de texto, marcamos alguns encontros e iniciamos nossa história de amor…

Ah, minha bela esposa! Como eu poderia não ter me apaixonado pelo seu encanto? Lembro-me muito bem dos seus olhos naquela festa. Eles me olhavam com malícia sob as sobrancelhas, sem timidez nenhuma. Disfarçava, é verdade, ria muito, levava, de vez em quando, o copo de cerveja à boca. Mas, quando dançávamos… Você ainda hoje é muito bela. O cabelo continua o mesmo de então: castanho e ondulado. O rosto, no entanto, mudou. A boca, antes pequena, é agora muito larga, de canto a canto, sob a rigidez óssea das maçãs. Tudo culpa do botox!

Casamos tão logo ela se formou. Eu, filho único de um comerciante abastado, não teria dificuldades para sustentar a família. Daí a pressa com o casamento. Ademais, ela logo ficou grávida da nossa filha, Augusta, o bebê mais lindo que já vi. Lembro-me perfeitamente do dia em que a tomei pela primeira vez em meus braços e do espanto que então senti. Eu, moreno por natureza, e Vera, de cabelos castanhos, geramos uma fadinha loura de olhos heterocromáticos. Um milagre! Um milagre que fez correr dos meus olhos um rio de lágrimas. Não era à toa que diziam meus avós que toda a glória dos pais consiste em ter filhos bonitos. Tinham razão os bons velhos. A minha pequena era um anjo.

Ela cresceu forte e saudável. Quando meu pai morreu, tendo recebido pelo menos a benção de olhar a neta uma única vez na vida, tomei posse definitivamente dos negócios e, dispondo então de toda a herança, quis desobrigar Vera da necessidade de trabalhar, prometendo-lhe todo dinheiro de que precisasse. Ela não deixou o trabalho, mas quis o dinheiro. E com ele tornou-se uma musa.

Minha mulher, quando não estava trabalhando no hospital, dedicava-se a fazer compras, ir à academia ou submeter-se a procedimentos estéticos. Chegou a me dizer, certa vez, que era meu troféu. Gostei de ouvi-la dizer isso, sobretudo porque, sendo meu troféu, não restava dúvida de que eu era o vencedor.

É verdade, porém, que, para ser o vencedor, precisei suportar muitos aborrecimentos e desencontros, pois, tão logo eu chegava do trabalho por uma porta, Vera saía de casa por outra. Mas é como dizem: “ninguém conquista nada sem sacrifício”. Para ser o vencedor, também eu precisava me sacrificar. Cabia-me, portanto, fazê-lo.

Vivemos assim em perfeita harmonia e união até que, um dia, deitado em minha cama numa tarde de sábado, fui acordado por uns beijinhos de Augusta. Ao abrir meus olhos, dei de encontro com os dela e tremi. As suas pupilas, uma verde e a outra azul, nunca haviam se mostrado tão claras para mim como naquele momento.

“Olha, papai, estou fazendo o dever de ciências. O senhor sabe o que é isto? É uma árvore genealógica. A tia Júlia disse que a gente veio tudo de um parente comum”.

“Do macaco?”, perguntei eu, zombeteiro.

“Não, do macaco, de um parente. Ela disse também que os meus olhos são muito bonitos e raros, e ficou perguntando se o senhor ou alguém da família tinha os olhos assim”.

“Por quê?”, perguntei desconfiado.

“Não sei”, respondeu ela, e saiu para continuar com os exercícios.

A tia Júlia era a professora de reforço de Augusta. Recém-admitida, nunca nos havíamos falado, exceto por telefone. O que queria ela ao indagar se meus olhos se assemelhavam à cor dos da minha filha?  Para dizer a verdade, até hoje não sei. Naquele dia, até pensei em descer e perguntar, mas pareceria ridículo. Com certeza, era somente curiosidade por não me conhecer pessoalmente. Aquietei o espírito e fui assistir um streamer.

À noite, quando Vera entrou no quarto, contei a ela o que me dissera Augusta. No primeiro momento, não pareceu dar importância ao que escutara de mim, mas, como notou que eu esperava uma resposta, tratou logo de dá-la e disse-me que tudo não deveria passar de curiosidade da professorinha. Aquela sua resposta me agradou, principalmente porque era o que eu esperava escutar. Contudo, ela, ao deitar-se, virou-me as costas. E até hoje não me sai da cabeça que se aborreceu comigo por tê-la indagado em tom de suspeita.

Confesso que, no começo da nossa relação, eu era muito ciumento. Não do tipo agressivo, que explode em cenas terríveis para logo a seguir se prostrar aos pés da amada. Definitivamente não. Eu era mais do tipo frio e insinuador. Em vez de expansões agressivas, quando eu supunha ver algo suspeito, recolhia-me numa atitude hostil. Vera, quando notava meu aspecto casmurro, vinha ter comigo, e eu, então, começava a insinuar coisas. Ofendida, ela chorava e me ameaçava com a separação. Contrito, eu lhe pedia perdão e fazia juras de que nunca mais suspeitaria dela.

As juras, embora sinceras, não eram contudo suficientes. Por isso, sempre que eu recaía em novas suspeitas, Vera se magoava profundamente comigo e me castigava com sua ausência, passando dias inteiros sem me dizer palavra. Então, para desfazer o conflito, eu a presenteava com presentes caros, cedia a certos caprichos seus e esperava, em silêncio, o efeito dos mimos, que resultava sempre na resolução e apaziguamento do problema.  Foi o que me ocorreu naquele dia.

Ela me virou as costas e não falou mais comigo. No dia seguinte, encomendei-lhe flores, mas as encontrei depois na lata de lixo. Para piorar, e creio que por um lance mesquinho da roda da fortuna, quando, às onze horas da manhã, fui buscar Augusta na escola, notei que havia esquecido uns documentos no trabalho e, em vez de levá-la para casa, a levei comigo para a loja a fim de pegá-los. Assim que chegamos, um velho cliente veio me saudar com um aperto de mãos e, ao olhar Augusta, disse:

“E essa menina linda é sua filha?”…

Por acaso não era assim tão nítido para as pessoas que eu fosse o pai dela? Por quê? Por causa dos olhos? Tê-los os dois com cores diferentes dos meus não seria apenas prova de um milagre? Já não creem em milagres as pessoas? O fato é que a dúvida daquele cliente importuno sobre a minha paternidade conturbou meu juízo. Passei aquele dia todo inquieto e gastei horas a fio esquadrinhando o rosto da minha filha. Tentava achar nela qualquer coisa de meu. Inutilmente. Meu rosto quadrado, de sobrancelhas finas e olhos grandes, diferia muito da face oval dela. Quanto aos olhos, Augusta os trazia sempre um pouco exprimidos sob a linha grossa das sobrancelhas. O nariz, afilado e pontudo, denunciava certa altivez e, quando sorria, duas covinhas sulcavam seu rosto. Em suma, todo um conjunto de traços que em nada se pareciam comigo.

À hora de dormir, e com a cabeça pousada no travesseiro, minha imaginação foi povoada de suspeitas e desconfianças. Lembrei-me inclusive de um desencontro meu com Vera que me pôs aflito por dias. Eis o caso: certa vez, cheguei do trabalho mais cedo e a encontrei à cata das chaves do carro. Eu estava, naquela ocasião, muito feliz por uma venda que tinha feito e, por isso, ao vê-la tão bonita à minha frente, convidei-a para sairmos e comemorarmos meu sucesso comercial. Contudo, ela disse que não podia, pois estava indo visitar a mãe que vinha se queixando muito de estar sozinha depois da morte do marido. Sem fazer caso, deixei-a ir.

No dia seguinte, porém, um conhecido nosso, ao me ver almoçando no restaurante, falou-me de muitas coisas do seu dia a dia e mencionou ter visto minha mulher, na noite anterior, na praça Olegário Pimenta, e, portanto, muitíssimo longe da casa da minha sogra. Quase me engasguei. Todavia, tratei de não dar muita corda ao conhecido, não fosse ele, com aquele mexerico, me suspender a cabeça, e respondi com amabilidade fingida que já sabia disso e pedi a conta ao garçom logo em seguida.

Entretanto, aquela informação me deixou com uma “pulga atrás da orelha”. Tentei encontrar um paliativo: quem sabe minha esposa estivesse acompanhada da mãe? As duas poderiam muito bem ter saído juntas para passear. Vera está sempre em movimento.

Contudo, a lembrança desse episódio, e de muitos outros, apresentava-se diante de mim, exigindo respostas. Mas como eu as obteria se minha mulher sequer me olhava nos olhos? Seria necessário abordá-la sem insinuações; d’outra forma, provavelmente, ela iria ressentir-se de novo comigo, e uma nova contenda entre nós poderia acarretar um desfecho terrível e inesperado. Convinha ser esperto.

Passei quase toda aquela noite acordado, concebendo um plano para pedir explicações à Vera. Veio-me a contento uma lembrança. Ela há muito desejava trocar de carro e, em algumas ocasiões, elogiou, na minha presença, o carro do vizinho. Mas era isso então! Eu lhe daria o carro.

No dia seguinte, o mais rápido que pude, afinal era amigo do dono da concessionária, comprei-lhe o carro e cheguei as chaves a ela junto de um buquê de flores. Verdade é que tentou resistir, mas afinal não soube se vencer, e cedeu. Abraçou-me o pescoço, deu-me beijos e, ainda excitada, entrou no carro para dar a sua primeira volta com ele. Eu deixei-me ficar à porta de casa, olhando-a sair, acenando um longo e amável tchauzinho.

Tolo, acreditava, do fundo do coração, que tudo ficaria bem. Vera, imaginava eu, feliz com o carro, não ficaria aborrecida comigo se eu lhe pedisse que me esclarecesse as dúvidas que andavam à volta da minha cabeça. Já até concebia as respostas que me daria, sempre no intervalo de um beijo ou de uma admoestação carinhosa. Contudo, à minha vontade, ela não voltou para casa. Limitou-se a ligar dizendo que o hospital a havia requisitado, pedindo, logo em seguida, que eu lhe mandasse a roupa de trabalho por meio de um mototáxi. Foi um golpe terrível!

Verdade é que tentei, a todo custo, ter paciência. Recitava para mim mesmo o adágio: “quem confia, descansa”. E esperava com isso espantar os maus pensamentos. Debalde. Embora convicto da sabedoria popular, não encontrei alívio algum. Muito pelo contrário: com o passar das horas, acenderam-se novamente em mim as chamas da desconfiança. Chamas que ao longo do dia receberam ainda mais lenha, pois, estando eu no trabalho, recebi uma ligação da escola em que estudava Augusta. Disseram-me que minha filha estava na diretoria em prantos. Voei para lá o mais depressa possível. Ao chegar, soube que ela chorava por conta de uns malcriados que a apelidaram de “olhos de bruxa”. Fiquei possesso de cólera! Exigi da diretora que resolvesse aquilo para ontem, ou então eu faria sair daquela escola minha filha. Ela me acalmou, prometendo que tomaria todas as medidas cabíveis. Contudo, ao nos despedimos – e ainda hoje creio que por afronta –, a diretora olhou para Augusta e disse:

“Não chore, meu amor. Seus olhos são lindos! Todo mundo gostaria de tê-los. Pergunte ao seu pai se ele não gostaria que os dele fossem assim”.

Augusta me fitou nos olhos, o que me causou um desagradável arrepio. Saímos dali para casa sem dizermos palavra. Ao chegarmos, deixei-a sob os cuidados de Ester, nossa empregada, e voltei ao trabalho – abominava a ideia de estar em casa, ansioso pela chegada da minha esposa.

De fato, ela só me deu a honra de sua presença à noite. Vestia ainda as roupas de trabalho. Surpreendeu-se por me ver sentado no sofá, assistindo à televisão na sala (é que, quando estou em casa, raramente saio do quarto, exceto para receber visitas ou fazer refeições). Pelos muitos anos de tato, ela leu no meu semblante as linhas da suspeita. E, talvez para fugir ao confronto, admoestou-me pela frieza com que a recebi. Eu, sem me conter, disse em resposta:

“Que tipo de atendimento você prestou no carro?”

Foi a fagulha necessária para a explosão. Ela me jogou as chaves na cara e me disse coisas horríveis. Os empregados nos olharam com espanto. Para não nos expor ainda mais ao ridículo, tentei abraçá-la. Ela, porém, esquivou-se de mim e subiu para o quarto. Alguns minutos depois, encontrei-a com Augusta. Ela acariciava os cabelos da nossa filha e tinha os olhos rasos de lágrimas. Não as interrompi.

Mas a desgraça que governa minha vida fez-me dormir novamente a sós. Melhor dizendo: revirar-me por horas a fio, sem encontrar repouso. Eu estava angustiado até a alma.  De um lado, o remorso pelos ciúmes; do outro, o mesmo ciúme, como Sherazade, me contando histórias da carochinha para sobreviver. Era preciso dar um ponto final a tudo aquilo.

De manhã bem cedo, procurei Vera pela casa inteira. Fui achá-la sob o nosso caramanchão, no jardim. Aproximei-me devagar e, para minha surpresa, ao me ver chegar perto de si, em vez de me repelir com injúrias, como eu imaginava que fosse acontecer, convidou-me para sentar a seu lado. Assim fiz.

“O que está acontecendo com você, Paulo? Nunca discutimos tanto como nos últimos dias! Você tem andado o dia todo de cara fechada, desconfiado de tudo, e o pior: cheio de insinuações… Por acaso lhe dou motivos?”

“Me desculpe, amor. Mas é que, de uns dias para cá, muita gente tem dito que Augusta não se parece comigo, e eu….”

“E por causa disso, você acha que tem o direito de desconfiar de mim? Acha o quê? Que ela não é sua filha? Eu sou sua esposa, Paulo! Sou eu em quem você deve confiar mais do que tudo. Sou eu, eu quem apoia você, quem o incentiva, quem faz de tudo pela nossa família. E para quê? Diga-me, se na primeira oportunidade você desconfia de mim. Você não merece meus sacrifícios!”

“Oh, meu amor! Não diga isso, eu…”

“Escute, Paulo, mas escute bem! Preste atenção ao que vou lhe dizer, porque quero esclarecer esse assunto de uma vez por todas. Eu já deveria ter falado com você sobre isso, mas, como é uma questão genética e você só estudou administração na vida, achei que não saberia como fazê-lo entender o assunto. Mas, pelo visto, é necessário que você saiba, de uma vez por todas, para pôr fim a esse seu ciúme doentio. Você sabe que, antes de namorar com você, eu já tinha conhecido outros homens… odeio ter que lembrar disso! Olha, acho que muito melhor do que explicar, é mostrar o que quero dizer. Veja, assista a este vídeo, por favor”.

E, ao dizer isso, entregou-me o celular. Assisti, então, a um trecho de uma entrevista com uma especialista em um podcast. Na entrevista, a respeitabilíssima fulana argumentava que a mulher conserva em si o material genético de todos os homens com quem alguma vez já se relacionou sexualmente, e não apenas do que, por acaso, a fecundou. Segundo ela, essa seria a razão pela qual, muitas vezes, nascem crianças com anomalias ou traços herdados desses parceiros, mesmo que não tenham sido fecundadas por eles. Isso ocorre porque, no momento da concepção, os materiais genéticos incubados na mulher se somam ao sêmen do homem fecundador, fazendo com que a criança gerada seja uma síntese de todos eles.

Aquele vídeo me deixou em espanto. Todas as minhas dúvidas caíram por terra. Pela primeira vez, em muito tempo, eu enxergava com clareza a verdade: Augusta tinha os olhos de algum antigo namorado da mãe, mas era minha, minha filha! Meu Deus! A ciência, tão próxima de mim e que eu ignorava, estava, pela primeira vez, abrindo meus olhos, desvendando para mim o mistério da minha vida. É verdade que, em um momento ou outro, pensei em lançar mão dela para fazer um exame de DNA. Mas, com aquela revelação, pensar em tal coisa seria uma idiotice. Augusta era minha filha, e minha esposa, fiel! Se os olhos de Augusta se assemelhavam aos de algum namorado antigo de Vera, que importância isso tinha? Não tive eu também as minhas namoradas? Para dizer a verdade, é bem provável que andem por aí alguns fedelhos de olhos grandes e cabeças quadradas. Minha nossa! Quem sabe se o destino, como um grande mecanismo condutor, não impeliu Vera a acasalar com uns tipos exóticos para colher deles as melhores características e transmiti-las à minha filha?

Devolvi-lhe o celular emocionado. Ela, por sua vez, olhava-me com uma expressão estúpida, os olhos arregalados e a boca inerte. Creio que tenha se espantado assim por causa da minha incrível capacidade de compreender conceitos científicos. Conversamos ainda alguns minutos, recordamos cenas da nossa vida passada, momentos felizes do nosso namoro e casamento, entremeando, entre um assunto e outro, pedidos de perdão. Fiz-lhe também novas juras: não apenas não desconfiaria mais dela, como até me comprometeria a ser mais estudioso. Não queria mais sofrer por falta de sabedoria. Vera ficou verdadeiramente maravilhada, como se visse diante dos olhos um prodígio.

Daquele dia em diante, não tive mais razões para duvidar da minha esposa. Pelo contrário, dediquei-lhe confiança absoluta. Hoje em dia chamo-a de minha santa, e somos muito felizes. É verdade que, dias depois, ela ainda me confessou outras coisas, como a histerectomia, razão pela qual não tivemos mais filhos. Admito que fiquei surpreso ao saber disso, mas também satisfeito por vê-la se abrir. E deveria ser diferente? O que me importa é, acima de tudo, saber que entre nós não há mais segredos.

Agora, quanto à promessa que fiz de me instruir, digo abertamente que, desde então, busco cumpri-la com zelo. Na verdade, tenho lido bastante sobre filosofia, literatura, história, economia, artes… Confesso que me repugna somente estudar ciências e biologia. Creio que o motivo disso seja a tal professorinha Júlia, que, com toda aquela sua curiosidade científica, ousou interrogar minha filha sobre a cor dos meus olhos…

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